Segundo Reinado

Dom Pedro II já nasceu herdeiro do trono, então ele teve toda uma educação voltada para isso. Ele tinha também a característica de ser controlado, diferente do pai dele. Dom Pedro II conseguiu, durante o Segundo Reinado, manter um equilíbrio político interno, só que acabou que as relações internacionais se tornaram um pouco complicadas.
Durante o período do Segundo Reinado, é importante ressaltar que a política nessa época era mais direcionada ao pensamento de "quem atenderia os interesses". "Nada se assemelha mais a um conservador do que um liberal no poder." Isso quer dizer que os liberais e os conservadores eram elite, ou seja, eles acabavam concordando em muitas coisas e tinham alguns interesses semelhantes.
No entanto, alguns pontos que diferenciam eles é que os conservadores eram os burocratas do governo, os grandes proprietários rurais, comerciantes, a elite do Nordeste e do Rio de Janeiro. Eles queriam uma maior centralização do poder, eles queriam que as províncias tivessem menor poder e eles eram favoráveis ao poder moderador.
Já os liberais, alguns também eram proprietários rurais, mas principalmente eram profissionais liberais, da região de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Eles também queriam uma centralização do poder, só que mais restrita, além de que eles queriam um maior poder nas províncias, uma maior autonomia. Eles criticavam o poder moderador e eles queriam uma maior representação política.
Dom Pedro II, para manter internamente o Brasil em harmonia, acaba fazendo uma manobra política para manter o equilíbrio entre esses grupos, que é o conhecido parlamentarismo às avessas. Recebe esse nome, porque ele até se parece com o sistema parlamentar, só que diferente do parlamentarismo original, o poder continua nas mãos do D. Pedro II, até porque era o Imperador escolhia o Presidente do Conselho, o que seria o "primeiro-ministro".

Mas pra conquistar a política interna estável, do lado de fora o Brasil brigou com muitos países. Como por exemplo a Inglaterra, primeiro eles tiveram uma briga diplomática chamada de questão Christie, e então o Brasil aprovou a chamada Tarifa Alves Branco, que aumentava a quantidade de impostos que a Inglaterra tinha que pagar aqui no Brasil. O que foi bom, porque o Brasil acabou arrecadando mais impostos e incentivou a economia interna, já que agora os produtos da Inglaterra não estavam mais tão baratos. E agora os produtos brasileiros acabaram mais baratos e a produção interna aqui aumentou.
Mas em compensação a Inglaterra acabou proibindo o tráfico negreiro, eles declararam uma lei chamada Lei Bill Aberdeen, que falava que a Inglaterra ia ficar rondando o oceano pacífico e que ia afundar todos os navios negreiros que fosse encontrados. Então, diante disso, o Brasil teve que aprovar a lei chamada Eusébio de Queiroz, que é uma lei que proíbe o tráfico negreiro aqui no Brasil, e que a partir de agora não pode mais entrar escravo no Brasil. O que fez com que os escravos aqui dentro do Brasil ficassem muito mais caros e em menores quantidades.

E isso afetou negativamente os latifundiários, já que eles precisavam da mão de obra escrava para suas produções, porque agora o café, durante o segundo reinado, vai se impor como a principal parte da economia brasileira, da exportação no Brasil e vai ser o produto que gera mais lucro, o produto mais importante para a economia brasileira. E para não desagradar essas pessoas produtoras de café, os latifundiários, foi aprovada também, junto com a lei Eusébio de Queiroz, a Lei de Terras. Que falava que agora no Brasil, para você ter uma terra, é necessário que você a compre, ou seja, um imigrante, uma pessoa que está vindo para o Brasil, não vai mais poder ser dono da sua própria terra de maneira tão simples. Se ela não tiver dinheiro, ela vai ter que trabalhar para um latifundiário. Isso garantiu uma pequena "compensação" da falta de mão de obra escrava, porque apesar de que agora não se tem muitos escravos para trabalhar, tem muitos imigrantes vindo e acabando trabalhando para os cafeicultores aqui no Brasil.
Além disso, nesse momento em que o Brasil arrecadava mais impostos, que as pessoas que trabalhavam com o tráfico negreiro não tem mais onde trabalhar, e que o Brasil estava passando por uma produção interna mais forte, começou a chamada Era Mauá, que foi um período de industrialização aqui no Brasil. Ela se chama Era Mauá porque o homem que promoveu essa industrialização foi o Barão de Mauá, mas acabou que não deu certo, porque a elite cafeicultura não queria dividir a atenção entre o café e a indústria. Eles não queriam que o Brasil fosse o país da indústria, queriam que o Brasil fosse o país do café. Então acabou que o Barão de Mauá fez muitas mudanças importantes, mas não teve apoio nenhum, ele acabou falindo e assim acabou a Era Mauá.
E assim o Segundo Reinado vai entrar em decadência, já que o Dom Pedro II começou a perder o apoio da sociedade. Primeiro, a igreja parou de apoiar o Dom Pedro II, tendo em vista que ele escolheu ignorar uma ordem do Papa, então a igreja permaneceu contra ele.
Segundo, o exército parou de apoiar o Imperador por causa de todas as complicações com a Guerra do Paraguai, e com a abolição da escravidão, o Dom Pedro II vai perder também o apoio da elite. Porque a Inglaterra estava pressionando muito o Brasil pra acabar com a escravidão e muitas pessoas aqui também queriam isso. Então, o Dom Pedro aprovou duas leis: a lei do Ventre-Livre, que declarava que todos os filhos de escravos seriam livres, e a Lei dos Sexagenários, que libertava todos os escravos maiores de 60 anos.
Só que, mesmo assim, isso não foi suficiente, as pessoas continuavam pressionando o Dom Pedro pra acabar com a escravidão. E quando ele fez uma viagem pra Europa e deixou a filha dele, a Princesa Isabel, aqui tomando conta do Brasil, ela aprovou a chamada Lei Áurea, que acabou de uma vez por todas com a escravidão aqui no Brasil, aboliu a escravidão e libertou todos os escravos.
O que foi muito bom, porque acabamos com a escravidão, mas ao mesmo tempo foi muito ruim, porque com isso a elite escravista parou de apoiar o Dom Pedro II. Então, agora, a igreja não apoia a monarquia, o exército não apoia a monarquia e a elite também não apoia a monarquia. Então, as pessoas começaram a pensar em novas formas de governo, como, por exemplo, a república.
Com isso, o exército fez um golpe de Estado, e então, no dia 15 de novembro de 1889, o segundo reinado teve fim com a proclamação da república pelo Marechal de Deodoro da Fonseca, que vai acabar se tornando o primeiro presidente do Brasil.
